☩ São Januário

- História do C.R. Vasco da Gama -

1927 - SURGE SÃO JANUÁRIO, O GIGANTE DA COLINA



O Estádio de São Januário

Diante de tanta discriminação, o Vasco iniciou uma campanha histórica de arrecadação de fundos entre associados e simpatizantes para a construção de um estádio à altura da grandeza do Clube. Na volta à Divisão dos principais times do Rio, em 1925, o Vasco fez boa campanha, 13 vitórias, três empates e duas derrotas, terminando em terceiro lugar. Em 1926, os camisas pretas chegaram ao vice-campeonato, ao vencerem 14 das 18 partidas disputadas.

Mas os vascaínos estavam muito mais preocupados em realizar o sonho de um estádio do que com o Campeonato Carioca. O tempo provaria que eles estavam certos, nos anos seguintes à inauguração de São Januário, o Vasco construiria um império respeitável de títulos e ganharia projeção internacional.

Em pouco tempo, as contribuições de torcedores e simpatizantes somavam 685 contos e 895 mil réis. O dinheiro era suficiente para a aquisição de uma enorme área em São Cristóvão. Com o terreno comprado, o próximo passo seria ainda mais difícil: arrecadar aproximadamente dois mil contos de réis para a construção do estádio. Outra vez, a força do povo falou mais alto e, em pouco mais de um ano, as obras se iniciavam.

Durante a construção surgiu uma pedra no caminho do Vasco. O presidente da República, Washington Luís, se negou a autorizar a importação de cimento belga - já utilizado na construção do Jockey Club -, mesmo sabendo que o país ainda não dispunha do produto para obras dessa grandeza. Os construtores, então, acharam uma solução criativa, na mistura de cimento, areia e pedra britada.

São Januário se tornaria não apenas um belo estádio, mas um marco na história da construção civil do país. Dez meses depois de lançada a pedra fundamental, o Estádio de São Januário era inaugurado em 21 de abril de 1927, com a presença de Washington Luís que, pouco tempo antes, havia dificultado a construção.

Era dia de festa e a parida inaugural do estádio. O time da casa recebeu o Santos, grande potência do futebol paulista àquela época, e foi derrotado por 5 a 3. O resultado negativo pouco importou. O que ficou foi a nova realidade do clube.

Até o ano de 1941, quando foi inaugurado o Pacaembu, em São Paulo, São Januário reinou absoluto por 14 anos como o maior e melhor estádio do Brasil.

JOGADOR VASCAÍNO CRIA O GOL OLÍMPICO

Em março de 1928, o Vasco inaugurou os refletores e a arquibancada atrás de um dos gols, em amistoso contra o time uruguaio Wanderes. O Vasco venceu por 1 a 0, com um gol feito de cobrança de córner, entrando direto no gol uruguaio. Através do jogador Santana nascia, naquele exato momento, o gol olímpico. Essa denominação deveu-se ao fato de que os uruguaios eram os atuais campeões olímpicos. Esse tipo de gol passou a ser chamado de olímpico.

SURGE O GRITO DE GUERRA CASACA

Conta o benemérito vascaíno Francisco Rainho que, a essa época, o negociante João de Lucas, um vascaíno apaixonado, que mais tarde fundaria a Torcida Organizada do Vasco (TOV), costumava comemorar as vitórias de forma criativa. Como o Vasco reunia torcedores das mais diversas classes sociais, entre seus amigos de clube estavam membros da elite carioca, com suas casacas impecáveis. Para reverenciar esses senhores, João criou um refrão que se tornaria o grito de guerra do clube:

CASACA, CASACA, CASA-CASA-CASACA!
A TURMA É BOA É MESMO DA FUZARCA
VASCO! VASCO! VASCO!

1931 - PRIMEIRO CARIOCA NO EXTERIOR

Em 1931, o Vasco chegou ainda mais perto do título carioca. Na última rodada, com um ponto de vantagem sobre o América, o time cruzmaltino perdeu por 3 a 0 do Botafogo, enquanto o América vencia por 3 a 1 o Bonsucesso e garantia mais uma taça.

Neste campeonato, os vascaínos impuseram a maior goleada da história no rival rubro-negro, com um humilhante placar de 7 a 0. Só que não foi esse o fato mais marcante do ano em São Januário: o Vasco se tornou o segundo clube brasileiro - o Paulistano, de São Paulo, abriu as portas - e o primeiro carioca a ser onvidado para uma excursão à Europa, mais precisamnte a Portugal e Espanha.

Para reforçar a equipe, os dirigentes convidaram Nilo, Carvalho Leite e Benedito (Botafogo) e Fernando (Fluminense). Em 12 partidas, o Vasco venceu oito, empatou uma e perdeu três. Marcou 45 gols e sofreu apenas 18.

As consequências do sucesso vieram logo em seguida: os jogadores Fausto e Jagaré foram contratados pelo Barcelona, um dos times que sofreram com a técnica dos camisas pretas.

1935 - NASCE O CLÁSSICO DA PAZ

Por causa de uma briga com o Flamengo, originada no remo, o Vasco abandonou a Liga e criou, com o Botafogo, a Federação Metropolitana de Desportos (FMD) filiada à CBD. Em 1935 o Vasco ficou com o terceiro lugar. No entanto, os camisas pretas ganharam novamente em 1936. O único time que fez frente foi o Madureira, em três partidas finais.

A reconciliação no futebol carioca aconteceu em 1937, graças à iniciativa dos presidentes de Vasco e América, respectivamente Pedro Pereira Novaes e Pedro Magalhães Corrêa, no dia 29 de julho foi criada a Liga de Football do Rio de Janeiro, unificando todos os médios e grandes clubes cariocas. Para comemorar a vitória fora de campo, os dois times s enfrentaram em São Januário, no dia 31 do mesmo mês, em partida de renda recorde na cidade. Desde então, o jogo entre os dois clubes ganhou o apelido de Clássico da Paz.

1945 - SURGE A FAIXA DIAGONAL



O Ataque de 45

O Vasco buscou os reforços de Augusto (São Cristóvão), Eli (Canto do Rio), Danilo (América), Ademir (Sport Recife), além de Lelé, Isaías e Jair (todos do Madureira). Com esses nomes, os cruzmaltinos montavam a base de um time que marcaria história no Vasco da Gama, no Brasil e no mundo.

A primeira providência de Ondino Vieira foi trocar as camisas da equipe. Com passagem anterior pelo River Plate, o técnico se inspirou no uniforme do time argentino e adotou uma faixa diagonal branca na camisa de cor preta. E, para os dias mais quentes, criou o modelo branco, que absorve menos calor, com a faixa preta. Era o fim dos camisas pretas e o início do Expresso da Vitória.